sexta-feira, 11 de março de 2016

3º ANO: TERCEIRA ATIVIDADE


* Meus caros e caras, segue abaixo a terceira atividade para vocês fazerem. É um pouco extensa mas vale  muito, leiam o texto, assistam os videos e respondam as questões.

* Na segunda feira (14/03/2016) estarei na escola com outros professores por volta das 10h, então quem quiser já pode me entregar os primeiros exercícios.

A luta e a greve continuam, mas elas valem à pena.

Abraços meus queridos!




Texto 1
O Debate sobre a globalização: um ponto de partida sociológico
    A globalização é um momento do sistema capitalista que pode ser entendido como um fenômeno de múltiplas dimensões – econômica, social, politica e cultural. O estudo da globalização vem sendo feito a partir da articulação dos conceitos utilizados para explicar a organização e as consequências do capitalismo. Trata-se, portanto, da análise de relações de poder, organização da produção e ideologias produzidas  em escala internacional, com consequências importantes para nossa experiência no mundo.
   Como todo debate que envolve diferentes agentes sociais com interesses conflitantes, a globalização também produz leituras divergentes sobre seu funcionamento atual e suas possibilidades futuras. O pensamento único procura estabelecer a globalização como um processo natural e benéfico na história da humanidade. A crítica a essa forma de análise pode ser dividida em duas posições, uma otimista e outra pessimista, em relação aos beneficios sociais e as outras possíveis consequências.
     Para o pensamento único, a globalização é um momento de realização do sonho de reduzir o mundo a uma única aldeia global. Nessa aldeia, a tecnologia permitiria a difusão imediata das notícias e manteria toda a população informada, ao mesmo tempo que tornaria as viagens cada vez mais rápidas, encurtando significativamente as distâncias. Tal mobilidade permitiria o funcionamento de um gigantesco mercado global capaz de tornar homogêneos os diferentes os diferentes locais do mundo e produzir, assim, uma identidade universal que serviria de fundamento para a instauração de uma verdadeira cidadania global.
    Essa visão idílica (sonhadora, utópica) da globalização é duramente criticada por especialistas nas Ciências Humanas, como o geógrafo baiano Milton Santos, que em sua crítica, procurou desmistificar o pensamento único. Para  fundamentar seu argumento, Santos partiu de evidências sociológicas sobre a distribuição da riqueza e do poder  que explicam as desigualdades sociais nos planos internacional e local, para então demonstrar o caráter ideológico de tal posição sobre o momento atual do capitalismo, ou seja, como essa visão do mundo como uma grande aldeia global, pregada pelo pensamento único, só funcionava para os ricos, o restante da população ficava de fora dessa “grande aldeia”.
   A velocidade com que as noticias circulam no mundo nem sempre se traduz em informação para as pessoas. O proclamado encurtamento das distâncias atende apenas aos que possuem condições financeiras de viajar, e o grande mercado global tem, cada vez mais, demarcado diferenças regionais e promovido o consumismo. Ignorância, pobreza, desemprego, incapacidade de exercer a cidadania, disputas étnicas e diferenças separatistas ainda são situações comuns no planeta.
    Entretanto, se a crítica à ideologia de uma globalização livre de problemas é pessimista, isso nos leva também a pensar sobre a possibilidade de ser estabelecida outra globalização. As bases técnicas que permitem que a globalização intensifique os aspectos negativos do capitalismo, evidenciados por desigualdades e violações dos direitos humanos. Tais consequências decorrem da forma como esses meios são empregados pela sociedade, eles poderiam portanto, ser utilizados para promover os ideais modernos de liberdade, igualdade e fraternidade no plano internacional.
     Há evidências no mundo globalizado que justificam essa posição otimista, pois em todo o mundo é possível reconhecer os potenciais democrático que um uso alternativo de capacidade tecnológica  e cultural da humanidade permitiria. Essas evidências podem ser percebidas nos seguintes fenômenos:
1º: A mistura crescente de povos, culturas e costumes  promove outra mistura, de filosofias e pensamentos, que lentamente acaba com a exclusividade do racionalismo europeu (o modo de pensar o mundo como apenas os países ricos europeus pensam, como se a África e Asia não existissem ) na construção das “verdades” do mundo.
2º : A aglomeração de pessoas em áreas menores intensifica essas trocas e a produção de ideias e de ações novas, o que foi chamado de sociodiversidade.
3º: A emergência da cultura popular, que se apropria dos meios de cultura de massa, imprime valor estético e cultural a um espaço antes ocupado pela lógica do mercado.
   Essas evidências apontariam para a sobrevivência e o revigoramento das relações locais, abrindo a possibilidade de usar os avanços tencnológicos a serviço da humanidade.
(Sociologia em movimento, pg. 286, 287 e 288).





Texto 2:

Por uma outra globalização – Milton Santos
   Além dos aspectos vistos sobre a globalização, vimos também em nossa segunda aula que o geógrafo brasileiro Milton Santos analisando o processo da globalização e seus impactos para o mundo atual, separou a globalização em três etapas, em três faces diferentes:
A globalização como Fábula - o mundo tal como nos fazem crer

      A globalização como fábula é imposta principalmente pelos meios de comunicação a todos que procura enfatizar o planeta em que vivemos como um amplo espaço e que podemos sim explorá-lo com o consumo. Como a padronização cultural, onde as pessoas são atraídas pelas mesmas coisas, mesmos hábitos, mesmos costumes e que ainda desfrutam de uma mesma rede que nós conhecemos como internet que fez com que nós ficamos presos numa gigante aldeia global, sem ter pra onde ir. Mas ao mesmo tempo nos dá uma importante noção de que o mundo está dentro da nossa casa, o capitalismo nos devorando e nós nem percebemos graças à globalização como fábula.
     Um descaso com o estado que aparentemente ficou distanciado das demandas sociais, pois ele o estado precisa se apequenar as grandes corporações que hoje detém o poder sobre o próprio estado. Percebemos que vivemos em um único mundo, um mundo voltado a atender as necessidades das grandes empresas, vivenciamos uma nova tendência mundial de mercado.


O mundo como ele realmente é – a globalização como perversidade

A globalização como uma fabrica de perversidades tais como: fome, desabrigo, AIDS, mortalidade infantil, analfabetismo, enfim gravíssimos problemas sociais, quase sem solução na globalização em que vivemos, infelizmente para a maior parte da humanidade, o desemprego crescente consequentemente a pobreza aumenta e a classe media perdem em qualidade de vida, novas enfermidades se instalam e as velhas doenças retornam com força total. A perversidade está na raiz desta evolução negativa da humanidade e estes processos estão diretamente ligados com a globalização.

           
O mundo como pode ser – uma outra globalização

            Podemos pensar na construção de um outro mundo, uma globalização que volte seus olhares a esses problemas citados, uma globalização que se engaje sistematicamente a todas as pessoas, ou seja, um processo globalizado mais humano. Que em vez de apoiar sempre o grande capital internacional que possam servir a outros interesses sociais e políticos e não apenas econômicos.
           
            Alguns são os fatores que poderiam colaborar pra isso: a miscigenação de povos, culturas, valores, gostos, credos em todos os quatro cantos do globo possibilitaria uma outra globalização, um outro discurso é possível, uma nova visão de mundo, devemos urgentemente reaprender a ver o mundo.



* Abaixo seguem algumas música que levam em consideração a temática da globalização em todas as suas dimensões. Procure escutar cada uma e ver em qual dos 3 tipos  de globalização citados no texto 2 elas se enquadram.


                                                     Carta aos missionários - Biquini Cavadão 


                                                                    Pela internet - Gilberto Gil


                                                             Alagados - Paralamas do sucesso


                                                                     Comida - Titãs



* A partir da leitura dos dois textos e das música, responda as questões abaixo:


1) Como o chamado “pensamento único” explica o que é o processo da globalização?

2) Segundo o texto 1, qual era a posição do geógrafo Milton Santos sobre o pensamento único? Favorável, contrário ou indiferente? Retire do texto um trecho que confirme sua resposta.

3) O texto 1 observa que, se por um lado os efeitos da globalização levaram ao aumento da exclusão e da desigualdade, por outro, as tecnologias poderiam ser usadas para promover uma globalização mais humana. Quais são as três evidências que justificam esta posição otimista sobre a globalização? Retire do texto essas três evidências.

4) A partir da leitura do texto 1, o que seria uma crítica otimista à globalização?

5) partir da leitura do texto 1, o que seria uma crítica pessimista à globalização?

6) Qual (ais) da(s) música (s) acima melhor exemplificam a ideia da globalização como fábula, caracterizada no texto 2?

7) Qual (ais) da(s) música (s) acima melhor exemplificam a ideia da globalização como ela realmente é, caracterizada no texto 2?

8) Qual (ais) da(s) música (s) acima melhor exemplificam a ideia da globalização como o mundo pode ser, caracterizada no texto 2?











Meus caros deixo como sugestão para quem quiser entender melhor o tema da globalização como um processo de violência dos países ricos sobre os mais pobres na visão do geógrafo brasileiro Milton Santos, o documentário O mundo global visto do lado de cá. Para os que puderem, será um ótimo exercício para o ENEM e para o desenvolvimento de sua própria visão crítica. 




Bons estudos.
Abraços !!!

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